É Natal. Para alguns sinónimo de família, para outros muitos sinónimo de despesas. O conceito de Natal já não é mais o mesmo. É impressionante como se fala desta época como uma oportunidade de estarmos com quem mais gostamos: família mais próxima, família que, por diversos motivos, as hipóteses de estarem juntos nos restantes meses do ano são bastante poucas, ou ainda amigos e colegas de trabalho, por serem como uma segunda família que nos acompanham durante o ano inteiro. É certo que o conceito de Natal depende de cada um, das suas condições de vida, das suas ideias, mas assusta-me que esta época seja associada ao poder de compra, aos bens materiais, ao consumismo. Mas é a realidade em que vivemos. Em meados de Novembro, os shoppings já se encontram cheios, as corridas às lojas para adquirir os tais "presentes debaixo da árvore" são cada vez mais frequentes. E a agitação acentua-se à medida que avançamos em direção ao tão esperado dia 24. Para quê tudo isto? Não são os presentes que fazem esta época, apesar de nos dias de hoje, ser associada a isso mesmo. Quem quer que se atreva a perguntar a uma inocente criança o que o Natal significa para ela, certamente a resposta se possa resumir a 'Pai Natal' e 'prendas'. É mais um dos reflexos da sociedade consumista e material com que nos deparamos. Não culpo as crianças, culpo os adultos encarregues de as educar e de lhe fazer transmitir o que está certo. Não sou exemplo para ninguém. Eu própria cresci rodeada destes ideais, mas confesso que me incomoda que esta situação se agrave a cada ano que passe, apesar da tão falada crise. Nem assim as pessoas deixam de comprar. Optam por gastar menos, mas esta data festiva continua a ser associada à troca de presentes.
E mais, as caixas de entrada enchem-se de mensagens de boas festas, alguma vindas de pessoas que só se lembram da nossa existência quando se deparam que ainda têm o nosso número pessoal, rede social ou endereço de e-mail, sem nunca ter feito uso deles durante o resto do ano que passou. É triste, eu sei.
E é ainda mais triste conseguir constatar que uns têm demasiado e outros não têm nada. As campanhas de solidariedade disparam, conseguindo garantir aos mais necessitados uma seia de Natal razoável. Mas não deveria isto ser durante o ano inteiro? As ajudas são imensas nesta data, mas e depois? Depois, voltam as dificuldades em ter com que se alimentarem, e regressamos à realidade.
Mas chega de "negativismo". O Natal sem dúvida que transforma tudo e só por isso deveria ser quando um Homem quiser, o ano inteiro se possível, para afastar tristezas e o pessimismo dos 11 meses antecedentes. "Oxalá pudessemos meter o espírito de Natal em jarros e abrir um em cada mês do ano". A nostalgia invade as pessoas, as casas, as ruas. As decorações de Natal estão por todo o lado, assim como as iluminações que transformam as nossas noites em momentos extremamente acolhedores. São imensos os sorrisos distribuídos, os desejos de um Feliz Natal junto dos que mais amamos e as recordações dos que deveriam ocupar um lugar à mesa, mas que apenas representam algumas das imensas estrelas que olham por nós e que nos iluminam, agora com uma maior intensidade.
E despeço-me com um enorme desejo de umas festas felizes, recheadas de coisas boas e momentos de alegria. Feliz Natal *
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