quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Tarde de 15 de Setembro de 2011, novo ano letivo, novas responsabilidades. Contudo, ao entrar no mesmo recinto de há quase nove anos, tudo me pareceu (demasiado) monótono. O mesmo espaço, as mesmas pessoas, os mesmos professores, e novamente a mesma rotina.
Mas a Inês que entrou por aquele portão, já não é mais a mesma. A vontade de iniciar as aulas, do reencontro, de estrear os novos livros e cadernos, transformou-se simplesmente em indiferença. O entusiasmo foi-se, a vontade de sorrir também.

Nada faz sentido. Até eu mesma me questiono se serei eu que perdi a capacidade de dar valor às pequenas coisas, ou até mesmo àquilo que tenho. Há dois anos nada era assim, as coisas boas sobrepunham-se sempre às menos boas e nada conseguia derrubar a minha força de vontade, o meu otimismo, a minha felicidade. Mas muita coisa mudou, muita coisa aconteceu nos últimos tempos, e como consequência, eu mesma já não me sinto capaz de ultrapassar todas as adversidades de cabeça erguida. Sinto-me desgastada, confusa, desamparada, desmotivada. Posso ter passado por diversas ‘dificuldades’ ao longo da vida, que de uma maneira ou de outra me marcaram para sempre, mas não posso deixar de me sentir uma sortuda, porque sempre tive tudo aquilo a que muita gente não teve nem tem direito. Pergunto-me até se em vez de progredir, de crescer como pessoa, esteja a acontecer precisamente o contrário, se mudei ou estou a mudar para pior. Às vezes sinto-me até egoísta, mas é difícil esconder o que sinto, e na maior parte das vezes isso traduz-se através das lágrimas que tanto luto por conter. Más decisões, maus caminhos, maus atos, más palavras, má sorte. Nada está certo, e há coisas impossíveis de controlar, situações que simplesmente não dependem de nós. Mas as que dependem, nem essas correspondem às minhas expectativas. Por mais que tenha lutado, por mais que tenha dado valor, nada é como deveria ser, as forças já se esgotaram à muito e a luz ao fundo do túnel vai ficando cada vez mais impercetível.





P.S. : Parece que o Mundo está contra ‘nós’. Tenho a certeza que contigo do meu lado seria tudo mais fácil. Quando disseste que nunca me irias deixar, eu acreditei, mas as coisas não se passaram bem assim. A decisão foi tua e não me resta outra alternativa senão aceitar e viver com as consequências da mesma. Mas tenho saudades tuas, das conversas, da cumplicidade, dos abraços, da tua amizade. Eras o meu suporte, a minha vontade de sorrir, e apesar de tudo tu mereces-me mais que ninguém. Em apenas dois meses, tornas-te demasiado, e não suporto a ideia de viver sem ti. Adoro-te mais que tudo, a. 

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