
Ontem teve lugar um dos piores incêndios de que me lembro num dos concelhos em que passei, passo e hei-de passar uma parte da minha vida. São tantas as recordações, as amizades, os momentos partilhados naquela terra e em situações como esta custa-me estar longe, sem puder fazer nada. A aflição quando tive conhecimento da notícia foi grande e maior ainda quando soube que a aldeia onde desfrutei desses momentos esteve rodeada de chamas durante horas, e que as casas, incluindo a nossa, estiveram a metros ou a centímetros de serem devoradas pelo fogo. Fogo esse que está mais que visto que foi posto e que, durante todo aquele tempo, afligiu habitantes e familiares distantes, alguns deles que viram pertences, horas de trabalho, fontes de rendimento destruídos e que deixa sempre marcas, sejam elas físicas ou psicológicas.
Mas graças ao trabalho não só de uma centena e meia de bombeiros, mas também dos habitantes de todas as freguesias de Castro Daire que viram parte do sítio onde vivem consumido pelas chamas, a situação conseguiu ser controlada e as habitações salvas. E estas pessoas podem agora afirmar que, algures durante a sua estadia na Terra, conseguiram ultrapassar o Inferno.
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