quinta-feira, 29 de março de 2012

São notícias e imagens como estas que me deixam revoltada. Não dá para perceber o interesse dessa gente que, somente para seu bel-prazer, decide pegar fogo a matas, florestas, casas, o que seja. Nos últimos dias foram tantos os incêndios por todo o país, como os que deflagraram no mês de março inteiro do ano passado. É certo que as condições climatéricas atuais não são benéficas, mas grande parte destes incêndios seriam evitados se uma parte da sociedade em que vivemos tivesse consciência dos seus valores. Mas há sempre aqueles que só estão satisfeitos com a desgraça dos outros e com cenários como estes que são vividos todos os anos por centenas de pessoas que vêm a sua vida arruinada, as casas ameaçadas ou até mesmo destruídas. 
Ontem teve lugar um dos piores incêndios de que me lembro num dos concelhos em que passei, passo e hei-de passar uma parte da minha vida. São tantas as recordações, as amizades, os momentos partilhados naquela terra e em situações como esta custa-me estar longe, sem puder fazer nada. A aflição quando tive conhecimento da notícia foi grande e maior ainda quando soube que a aldeia onde desfrutei desses momentos esteve rodeada de chamas durante horas, e que as casas, incluindo a nossa, estiveram a metros ou  a centímetros de serem devoradas pelo fogo. Fogo esse que está mais que visto que foi posto e que, durante todo aquele tempo, afligiu habitantes e familiares distantes, alguns deles que viram pertences, horas de trabalho, fontes de rendimento destruídos e que deixa sempre marcas, sejam elas físicas ou psicológicas.
Mas graças ao trabalho não só de uma centena e meia de bombeiros, mas também dos habitantes de todas as freguesias de Castro Daire que viram parte do sítio onde vivem consumido pelas chamas, a situação conseguiu ser controlada e as habitações salvas. E estas pessoas podem agora afirmar que, algures durante a sua estadia na Terra, conseguiram ultrapassar o Inferno.

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